Lesões de punho podem tirar tenistas de quadra
Dependendo da empunhadura do atleta e do excesso de uso das mãos, pode haver lesão em tendões ou ossos da articulação.
Tenistas apaixonados pelo esporte e que frequentam as quadras de
forma rotineira com certeza já precisaram descansar alguns dias
obrigatoriamente por conta de alguma lesão.
Um levantamento analisou todas as lesões de atletas profissionais
durante o US Open – um dos principais torneios mundiais de tênis – desde 1994
até 2009 e concluiu que a lesão muscular é o principal motivo que tira os tenistas
de quadra.
A pesquisa aponta também que as lesões em membros inferiores foram
maiores do que as dos membros superiores, sendo o tornozelo a articulação com
maiores taxas de danos, seguido por joelho e pé. Nos membros superiores, punho,
ombro e cotovelo são as articulações mais acometidas.
Principais lesões no punho
Entre os membros superiores, destaque para as lesões de punho, uma
das articulações altamente exigida durante a prática da modalidade. O peso da
raquete, o tipo de batida, os movimentos repetitivos e a falta de
fortalecimento na região podem ser fatores que influenciam na lesão.
“Especialmente
entre atletas amadores, recreativos, uma dor incômoda pode se tornar uma lesão
grave se o paciente não buscar orientação de um ortopedista”, comenta o Dr. Frederico Balbão Roncaglia, especialista em Cirurgia da
Mão, Traumatologia do Membro Superior, Microcirurgia e Cirurgia do Ombro e
Cotovelo da Clínica Orthop de Ribeirão Preto/SP.
As três principais lesões de punho
entre tenistas são:
·
Na
fibrocartilagem triangular: afeta o lado do dedo mindinho. Dependendo da
empunhadura do atleta, o punho é forçado para fazer um giro desconfortável, causando
uma distensão. O tratamento na maioria das vezes é o descanso e uma tala pode
ajudar a acelerar a cura da lesão.
·
No
gancho do hamato: hamato é um osso do carpo da mão em que os tenistas costumam
apoiar o cabo das raquetes para dar firmeza na empunhadura. Ao longo do tempo,
pode causar fadiga óssea, estresse na região ou mesmo uma fratura completa. “O
tratamento vai depender do grau da lesão, mas começa também pelo repouso e uma
avaliação clínica eficiente”, comenta o Dr. Frederico.
·
Inflamação
dos tendões: os movimentos contínuos do tênis podem inflamar os dois tendões do
dedão ou mesmo o tendão extensor ulnar do carpo, limitando os movimentos que
flexionam a mão para trás. “Casos muito graves exigem cirurgia, mas geralmente tratamentos
não invasivos conseguem resolver a maioria dos casos”, afirma o especialista.
Outras modalidades que exigem muita
força no punho são também o golfe e a bocha. O alongamento dessa região antes
das partidas e mesmo um fortalecimento da região são essenciais para evitar as
lesões.
Além dos atletas, a lesão de punho é um
dano comum: “quando uma pessoa cai de frente, por instinto coloca as mãos no
chão para proteger a cabeça. Dependendo da queda, a mão sofre uma extensão
grave, podendo romper um dos ossos do antebraço”, explica o Dr. Frederico.
De acordo com o especialista, os
principais sintomas que emitem um alerta ao paciente de que deve procurar
atendimento médico são a dor momentânea, inchaço na região e limitação de
movimentos.
A partir de uma análise clínica e pedido de
exames é possível um diagnóstico mais claro para a definição do tratamento mais
correto para a lesão.