O que é e como se trata a Síndrome do Piriforme
Inflamação é mais comum entre corredores e ciclistas, além de pessoas que ficam muito tempo sentadas.
A dor é um dos sinais do organismo que indica que algo não está bem. Quando as dores acometem a região do quadril, algumas causas logo vêm à cabeça das pessoas, como artrite, artrose, bursites e a dor ciática, por exemplo.
No entanto uma outra condição dolorosa e pouco conhecida que atinge essa articulação é a Síndrome do Piriforme.
O piriforme é um músculo da região do quadril, localizado numa área profunda da nádega. É responsável pela estabilização da pelve e por movimentos rotacionais da coxa.
“Trata- se de uma condição neuromuscular que afeta o nervo ciático e causa dor intensa no quadril e na região das nádegas. Nas pessoas que apresentam a síndrome do piriforme, o nervo ciático encontra-se numa posição anatômica diferente da usual, passando por dentro das fibras do músculo piriforme ou quando o nervo é comprimido em demasia pela contratura do músculo. Como o nervo ciático está em constante pressão, ocorre a inflamação”, explica Dr. Thiago José Mari, médico ortopedista especialista em quadril da Clínica Orthop, em Ribeirão Preto.
Outras causas para a contratura do músculo piriforme e a consequente lesão no nervo, são o excesso de exercícios na região do glúteo ou carga também em excesso, como sobrepeso.
Esta inflamação é mais comum entre ciclistas, corredores e outros atletas que exercitam muito as pernas. Atinge três vezes mais as mulheres do que os homens e pode ser comum na terceira idade, em que as pessoas ficam sentadas por muito tempo e tem pouca flexibilidade.
O especialista ainda reforça que um dos grandes problemas da síndrome é justamente seu difícil diagnóstico e confusão com outras doenças dessa área, o que compromete o tratamento correto.
Como reconhecer?
O principal sintoma, como na dor ciática, é um processo doloroso na região lombar, irradiando para nádegas e parte de trás da coxa, até o joelho, sendo uma característica a preponderância da dor em apenas um dos lados do corpo. Pode-se ainda notar sensação de formigamento e fraqueza, que piora ao ficar sentado ou quando é preciso fazer movimento de rotação, como cruzar as pernas, por exemplo.
O médico, portanto, vai realizar uma avaliação clínica para descartar outras causas mencionadas de dores articulares. Para auxiliar ainda no diagnóstico preciso, são indicados exame de imagem, como ressonância magnética, tomografia ou ultrassom.
Como tratar?
Um dos primeiros passos é proporcionar o alívio da dor, o que pode ser feito com medicação de analgésicos, anti-inflamatórios e relaxantes musculares via oral, seguido da indicação de fisioterapia para reabilitação da área lesionada e fortalecimento do músculo.
Outro procedimento também pode ser utilizado é a infiltração. O tratamento consiste na aplicação de medicamentos diretamente no ponto da dor.
Da mesma forma, terapias alternativas, como a acupuntura e massoterapia são procedimentos aliados no combate a dor causada pela síndrome do piriforme, agindo principalmente na correção tanto da contratura do músculo piriforme como também de outras musculaturas da região lombar.
Alongamentos específicos, massagens e repouso também podem ajudar. Outro procedimento moderno é a utilização de toxina butolínica para a imobilização do músculo piriforme, que para de se contrair e diminui o atrito com o nervo ciático.
Equipamentos de Eletrotermofoterapia como ultrassom e terapia combinada podem também acelerar este processo de melhora. A indicação cirúrgica, por sua vez, será em casos bastante severos, quando o paciente não manifesta melhora no tratamento conservador.
Como evitar?
Os exercícios de fortalecimento da musculatura da região do glúteo são fundamentais, especialmente rotação e abdução do fêmur, sempre se preocupando com a carga excessiva, que pode causar a inflamação ao invés de preveni-la.
Exercícios de alongamento devem ser incluídos na rotina de treino, uma vez que a falta de flexibilidade na região glútea é um dos fatores que causam o desalinhamento postural, o que acaba gerando lesões.
Para quem trabalha muito tempo sentado, é fundamental fazer pausas e se levantar, caminhando com frequência para movimentar as estruturas.